Posse de imóvel: o que é, tipos e como garantir seus direitos

Entenda como funciona a posse de imóvel, quais são os tipos existentes e o que fazer para proteger seus direitos em diferentes situações

Por Redação - 06/10/2023 às 10:38
Atualizado: 31/07/2025 às 22:57
Imagem de um casal sentado em uma mesa com um caderno e um smartphone, discutindo como comprovar posse de imóvel. A mulher sorri para o homem enquanto ele escreve no caderno e verifica seu telefone. Um laptop e uma xícara de café estão sobre a mesa

Lidar com um imóvel pode parecer simples, mas quando surgem questões sobre quem tem o direito de usar, morar ou administrar o espaço, a situação pode gerar dúvidas. É nesse momento que, em meio a negociações, disputas familiares ou até processos de regularização, muitas pessoas se deparam com o termo posse de imóvel.

De modo geral, a posse pode impactar diretamente a vida de quem ocupa um bem, seja como inquilino, comprador ou ocupante de longa data. 

Afinal, a posse pode gerar deveres – como pagar impostos ou manter o imóvel em boas condições -, mas também pode abrir caminho para a conquista de direitos, como a possibilidade de regularizar a propriedade em algumas situações.

Por isso, antes de tomar qualquer decisão sobre compra, venda ou uso de um imóvel, é importante entender como o direito de posse de imóvel funciona para evitar conflitos e agir com segurança.

Quer saber mais sobre o assunto? Então continue a leitura deste artigo e entenda como proteger ou reivindicar seus direitos 

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Leia também: Entenda o que é a posse provisória, também conhecida como posse precária, em uma compra ou venda de imóvel

O que é posse de imóvel?

Imagem de uma família de três pessoas, incluindo uma mulher, um homem e uma menina, sentados em um sofá azul em sua aconchegante sala de estar
Atualmente, a posse de um imóvel pode ser direta ou indireta. Ambas são reconhecidas pela lei e podem gerar direitos e deveres diferentes

Segundo o artigo 1.196 do Código Civil Brasileiro, a posse de imóvel é o direito de usar e aproveitar um bem, mesmo que a pessoa não seja a proprietária registrada. 

Em outras palavras, quem mora, utiliza ou administra um imóvel, com ou sem contrato, pode ser considerado possuidor desde que exerça algum poder sobre o bem.

Existem dois tipos principais de posse: direta e indireta. Entenda:

Posse direta

A posse direta é quando a pessoa está fisicamente no imóvel, usando e controlando o espaço. É o caso de um inquilino que mora em um apartamento alugado, por exemplo. 

Posse indireta

Já a posse indireta é do proprietário que aluga o imóvel e, embora não esteja no bem, mantém o direito de posse porque a propriedade lhe pertence.

Qual a diferença entre posse e propriedade?

Close-up de uma pessoa entregando um chaveiro em forma de casa para outra em frente a um prédio de apartamentos
Diferente da posse, a propriedade é o direito de ser dono oficial de um imóvel. Embora sejam conceitos distintos, muitas pessoas os confundem

A propriedade é o direito legal de ser dono de um imóvel, algo que só é confirmado por documentos oficiais, como a escritura e o registro em cartório. 

Ou seja, é o que garante ao proprietário todos os poderes sobre o bem, inclusive o de vender, transferir ou hipotecar.

Já a posse está ligada ao uso e ao controle do imóvel, mesmo que quem o ocupa não seja o dono formal. Um inquilino, por exemplo, tem a posse direta do imóvel porque mora nele, mas a propriedade continua sendo do locador. 

É possível, portanto, ter a posse de um imóvel sem ser o proprietário legal. 

O que comprova a posse de um imóvel?

Imagem de uma pessoa segurando uma caneta e assinando um documento em uma mesa, com parte da mão de outra pessoa visível nas proximidades. A cena é bem iluminada, com um fundo desfocado mostrando vegetação e uma janela
Pode até parecer um processo complicado, mas existem formas reconhecidas pela lei para demonstrar que alguém exerce o uso e o controle sobre um bem

Em geral, é possível comprovar a posse de um imóvel por meio de contratos (como locação ou compra e venda), contas de consumo em nome do possuidor, recibos de pagamento de impostos (como IPTU) e até testemunhos que confirmam a ocupação.

Assim, a combinação desses elementos ajuda a demonstrar que a posse é legítima, o que pode ser decisivo em processos de regularização ou disputas judiciais.

Por isso, antes de acionar a Justiça ou iniciar qualquer processo de regularização, é importante reunir todos os documentos possíveis para agir conforme a lei trata o tema.

Documentos necessários para comprovar posse

Como explicado anteriormente, a posse do imóvel pertence a quem age como dono do imóvel, ou seja, o possuidor do espaço.

Porém, se você se questiona como comprovar a posse de imóvel, fique sabendo que esse processo envolve a apresentação de uma série de documentos. Veja abaixo quais são:

  • Contrato de compra e venda;
  • Escritura de compra e venda;
  • Certidão de registro do imóvel;
  • Matrícula do imóvel;
  • Comprovantes de pagamento de impostos e taxas, como IPTU, água, luz e gás;
  • Contrato de locação, autorizações e permissões referentes ao imóvel.

Quais são os direitos de quem tem a posse de um imóvel?

Quem tem a posse de um imóvel, mesmo sem ser o proprietário legal, pode exercer alguns direitos previstos em lei. 

Em resumo, o possuidor tem o direito de usar o bem, zelar pela sua manutenção e permitir que outras pessoas acessem o espaço, desde que isso não prejudique os direitos do proprietário.

Além disso, quem possui a posse do bem pode usufruir dos chamados direitos de vizinhança, como o direito ao sossego, à segurança e à boa convivência com imóveis vizinhos. 

Em determinadas situações, a posse também pode levar ao direito de usucapião, que é o processo que torna o ocupante do imóvel em real proprietário do bem após um período de posse prolongada. 

Por outro lado, os direitos de posse têm limites. Diferente do proprietário, o possuidor não pode vender, hipotecar ou transferir o imóvel sem autorização do dono legal.

Leia mais: Quem paga o IPTU em caso de venda do imóvel é o vendedor ou o comprador? Entenda!

O que é escritura de posse do imóvel?

Imagem de uma família sorridente de quatro pessoas está sentada em um piso acarpetado, jogando um jogo de tabuleiro juntos em uma sala de estar aconchegante, desfrutando de um tempo de qualidade e de risadas em casa
O documento não confere poderes de transferência do bem

A escritura de posse do imóvel é um documento emitido por cartório que formaliza a declaração de que uma pessoa exerce a posse sobre um bem, mesmo sem ser a proprietária legal. 

Ou seja, por mais que a escritura não dê direitos de transferir a propriedade, o documento serve como prova de que o possuidor ocupa e utiliza o imóvel de forma legítima.

Esse documento pode ser útil em diversas situações, como em disputas judiciais, negociações de compra e venda ou processos de usucapião. 

Afinal, a escritura de posse ajuda a demonstrar que o ocupante tem vínculo formal com o imóvel, o que fortalece a defesa de seus direitos e facilita futuros processos de regularização.

Porém, aqui vai um detalhe importante: a escritura de posse não substitui a escritura pública de compra e venda, muito menos o registro no cartório de imóveis, que são os únicos meios de garantir a propriedade legal do bem.

Como recuperar a posse de um imóvel?

Imagem de uma pessoa entregando uma caneta a outra para assinar um contrato em uma mesa, com uma casa modelo, chaves e calculadora por perto
Para recuperar a posse de um imóvel, o solicitante pode ter que entrar com uma ação judicial

A recuperação da posse de um imóvel pode ser necessária quando o possuidor perde o controle do bem por motivos como invasão, ocupação irregular ou descumprimento de contrato por terceiros. 

Nesse caso, o primeiro passo é buscar orientação jurídica para entender qual medida legal é mais adequada. Em muitos casos, é possível tentar uma solução extrajudicial, como a notificação formal dos ocupantes ou uma negociação direta para desocupar o imóvel. 

Quando essas alternativas não funcionam, o caminho pode ser ingressar com uma das ações possessórias previstas em lei, como:

  • Ação de reintegração de posse: usada quando o possuidor foi retirado do imóvel de forma injusta e precisa recuperá-lo;
  • Ação de manutenção de posse: aplicada quando há ameaça de perda da posse ou perturbação do uso do bem;
  • Ação de interdito proibitório: utilizada para prevenir que uma invasão ou ocupação aconteça.

Entretanto, cada caso exige documentação que comprove a posse e o histórico de ocupação, como contratos, contas ou registros de uso do imóvel. 

É arriscado comprar terreno de posse?

Imagem de uma mulher de óculos assinando um documento com uma caneta azul enquanto um homem de suéter marrom está sentado ao lado dela. Ambos estão concentrados em uma mesa de madeira em um ambiente de escritório bem iluminado
O preço pode ser atrativo, mas é importante avaliar se o custo compensa a insegurança jurídica que acompanha esse tipo de compra

Embora a expressão “terreno de posse” seja usada no dia a dia, vale ressaltar que ela não é um termo técnico reconhecido formalmente no Direito Imobiliário. 

Na prática, esse termo se refere a terrenos ocupados por alguém que detém a posse – ou seja, que usa e administra o espaço -, mas que não tem o registro de propriedade em cartório. 

Ou seja, comprar um terreno nessa situação, sem escritura ou registro, sempre envolve riscos. 

Isso porque, na prática, quem compra não se torna legalmente o proprietário, apenas assume o direito de uso.  dono legal do imóvel – apenas assume o direito de usá-lo. 

Essa condição pode dificultar a revenda, inviabilizar o financiamento ou até gerar disputas judiciais, principalmente se outra pessoa reivindicar o mesmo bem com base em documentos oficiais.

Antes de fechar negócio, é importante verificar se o terreno pode ser regularizado, seja por registro em cartório ou por usucapião. 

Consultar um advogado e entender todos os detalhes da negociação também ajuda a evitar surpresas. Além disso, quem decide seguir adiante deve formalizar a negociação com um contrato detalhado e reunir o máximo de provas sobre a posse. 

Ainda assim, é importante ter em mente que a segurança desse tipo de aquisição nunca será a mesma de um terreno com matrícula e escritura regularizadas.

Tenho a posse de um imóvel, posso alugar?

Imagem de um homem de óculos sentado em uma mesa, analisando documentos com uma expressão concentrada. Um laptop, uma calculadora, um telefone e uma caneca de café estão sobre a mesa. Um sofá amarelo e almofadas estampadas estão ao fundo
É possível alugar o imóvel sem ser o real proprietário, mas é preciso ter documentos que comprovem o direito de uso

Quem tem a posse de um imóvel pode, sim, alugar o espaço, mas não é algo tão simples quanto parece. 

O ideal é que exista algum documento que comprove o direito de uso, como um contrato de compra e venda não registrado ou uma cessão de direitos, por exemplo, para dar segurança ao contrato de locação. 

Sem essa formalização, o aluguel pode ser questionado pelo proprietário ou por herdeiros, e até anulado em caso de disputa. Se a posse não está documentada, vale regularizar a situação antes de fechar negócio. 

Leia também: Saiba quais são os principais aspectos do contrato de compra e venda de imóveis para a negociação da sua casa ou apartamento

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Conclusão

A posse de um imóvel pode parecer um detalhe, mas é o que define quem pode usar, alugar ou até buscar a propriedade de um bem. Entender como ela funciona, quais direitos estão envolvidos e que documentos dão segurança evita muita dor de cabeça e pode poupar anos de disputa.

Por isso, antes de qualquer negociação ou decisão, vale avaliar a situação do imóvel e buscar orientação de quem entende do assunto. Assim, você sabe exatamente onde está pisando e evita surpresas lá na frente.

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