Entenda o que é a Taxa Básica Financeira (TBF) e como ela impacta seu financiamento imobiliário

Por Redação - 31/08/2023 às 17:21
Atualizado: 02/10/2024 às 11:22
casa com parede de folhas verdes

Existem diferentes tipos de financiamento imobiliário e, o que causa dúvidas em muita gente são as alíquotas aplicadas nesses tipos de operação, como os juros. Um desses valores é a Taxa Básica Financeira (TBF), que influencia essa linha de crédito, mas é pouco conhecida.

Entenda como ela funciona, para que serve e de que forma impacta o valor pago para o banco ao fazer um financiamento habitacional.

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O que é a Taxa Básica Financeira (TBF)?

A Taxa Básica Financeira (TBF) é um indexador utilizado pelo Sistema Financeiro Nacional para reajustar o valor de aplicações. Também serve como base de cálculo de outras taxas. Por isso, ela tem grande relevância sobre a sua vida financeira, ainda que não reflita os preços praticados na economia.

Na prática, a TBF está sempre atrelada ao custo de operações financeiras, isto é, a negociações que ocorrem no próprio mercado. Assim, seu valor é divulgado de forma periódica pelo Banco Central (Bacen).

Vale a pena ressaltar que esse indexador foi criado em 1995 pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Na época, seu lançamento foi feito como uma forma de complemento à Taxa Referencial (TR).

Já a TR é um indicador que compõe a rentabilidade de alguns investimentos e também é usada no reajuste das parcelas dos financiamentos imobiliários. Ela foi criada para controlar a inflação e desindexar a economia, mas perdeu força com a criação da Selic.

Qual a importância da TBF na economia e no mercado financeiro?

A importância da TBF na economia e no mercado financeiro é ser um dos fatores principais que compõem o cálculo da TR. Apesar dessa taxa ter perdido espaço para a Selic, ela ainda é usada para a correção monetária da poupança, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), de títulos de capitalização e do financiamento imobiliário.

Portanto, a TBF influencia de maneira indireta, já que o foco acaba sendo a TR. É a Taxa Referencial que é utilizada para definir a correção de investimentos e contratos financeiros. Ainda assim, a Taxa Básica Financeira participa desse processo por estar na base de cálculo.

Quais os mecanismos e a função da Taxa Básica?

Os mecanismos e a função da Taxa Básica é servir como base de cálculo da TR. Com isso, reajusta o valor de investimentos — como os títulos públicos e a poupança —, da conta do FGTS e da correção de financiamentos imobiliários.

Por isso, a TBF é divulgada de forma periódica pelo Bacen. Isso é feito após serem analisadas as taxas médias cobradas pelos bancos nos produtos financeiros. Portanto, ela se baseia no custo médio das operações realizadas no mercado.

Esse cálculo utiliza a média ponderada dos juros dos títulos públicos prefixados, considerando somente as 30 maiores instituições financeiras brasileiras. Ainda são excluídos os bancos com a mais elevada e a mais baixa taxa e é aplicado um fator multiplicativo equivalente a 0,93.

Assim, o cálculo tem certa complexidade. De toda forma, vale a pena saber que existe uma relação entre a Selic e a Taxa Básica Financeira. Isso porque o Bacen considera os títulos do Tesouro Direto com rentabilidade prefixada. Portanto, quando a taxa de juros cai, a TBF também diminui e vice-versa.

Qual é o nome da taxa básica de juros?

O nome da taxa básica de juros é Selic. Ela é a referência para todas as operações de crédito e financiamento do mercado, além de também servir para determinar a rentabilidade de investimentos.

Basicamente, a Selic substituiu a TR no controle da inflação. Assim, quando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumenta, a taxa básica de juros é elevada pelo Bacen como tentativa de conter o crescimento generalizado de preços.

Como isso acontece? De modo geral, a inflação aumenta devido à alta demanda por consumo. Ao aumentar a Selic, a contratação de empréstimos e financiamentos fica mais cara. Dessa forma, a tendência é limitar os gastos da população em geral e das empresas.

Nesse contexto, a TR é um dos componentes da correção monetária dos contratos de financiamento imobiliário. Outros índices de reajuste podem ser o IPCA, o Índice Nacional da Construção Civil (INCC), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e a própria Selic. 

Leia também: Entenda os efeitos dos juros no mercado imobiliário e saiba por que a Selic em alta pode ser oportunidade para investidores de imóveis

Quem define a taxa básica de juros da economia?

Quem define a taxa básica de juros da economia é o Comitê de Política Monetária (Copom). Esse é um órgão do Banco Central que se reúne a cada 45 dias para discutir os dados e os rumos da economia. A partir disso, a Selic é definida e passa a impactar a vida da população, seja na contratação de linhas de crédito, seja na rentabilidade de investimentos.

Como a TBF é definida e calculada?

A TBF é definida e calculada todos os dias pelo Bacen, considerando somente as Letras do Tesouro Nacional (LTNs), títulos prefixados do Tesouro Direto. Assim, é feita a média ponderada da taxa de juros desses papéis com a aplicação de um fator multiplicativo de 0,93.

Isso gera uma relação proporcional desse indexador com a Selic. Portanto, se os juros do mercado caem, a TBF também sofre uma queda e vice-versa.

Aqui, é importante ressaltar que o cálculo da TBF não é calculado manualmente, porque é impossível ter acesso a todos os títulos LTN do mercado. Dessa forma, apenas se utiliza a divulgação diária do Bacen.

Por sua vez, a TR é calculada pela seguinte fórmula:

TR= 100 × {[(1 + TBF) ÷ R] – 1}

Assim, TR é a Taxa Referencial, TBF é a Taxa Básica Financeira e R é um fator redutor. Ele é calculado pela fórmula:

R = (a + b) × TBF

Nesse cenário, a equivale a 1,005 e b é um valor divulgado todos os meses pelo Banco Central. Por isso, também é preciso ter acesso a essa informação para chegar ao resultado certo.

Assim, é mais fácil acompanhar as divulgações do Bacen. De qualquer modo, é importante destacar que o cálculo da TR pode ficar negativo. Nesse caso, ela é igualada a zero e deixa de ter influência nas operações financeiras. Isso acontece, por exemplo, quando a Selic está muito baixa.

Leia também: Aprenda o que é taxa de financiamento imobiliário e saiba como fazer o melhor negócio na compra da casa própria

Qual o papel do Banco Central na definição da TBF?

O papel do Banco Central na definição da TBF é fazer o cálculo dessa taxa e aplicá-la à fórmula da Taxa Referencial. Além disso, a Taxa Básica Financeira passa a ter um papel de unificação de valores para as operações monetárias realizadas entre os bancos.

Para saber o valor dessa taxa, é preciso acessar a página de normativos do Bacen e inserir o termo “TBF” no campo de pesquisa. Toda a apuração desse cálculo segue a Resolução 4.624 do CMN.

Qual a influência da TBF nas taxas de juros de empréstimos e investimentos?

A influência da TBF nas taxas de juros de empréstimos e investimentos é voltada na correção monetária das linhas de crédito e na rentabilidade das aplicações financeiras. Ou seja, um financiamento imobiliário pode sofrer reajuste pela TR e terá impacto, de maneira indireta, da Taxa Básica Financeira.

Por isso, quando a Selic aumenta, a TR sofre uma alta, já que a TBF também se eleva. Na prática, isso faz com que as parcelas do financiamento fiquem mais caras e pesem no bolso.

Por sua vez, quem investe ganha com esse cenário. Isso porque a alta da Selic aumenta a rentabilidade dos investimentos e a TBF segue esse padrão, servindo para reajustar o valor dos produtos financeiros. Esse detalhe pode ser confirmado pela Calculadora do Cidadão do Banco Central.

Qual o impacto da Taxa Básica Financeira nas finanças pessoais?

O impacto da Taxa Básica Financeira nas finanças pessoais tem dois vieses. De um lado, o aumento da TBF torna mais caro contratar empréstimos e financiamentos, como o imobiliário. Por outro, torna alguns investimentos mais rentáveis, como poupança e títulos públicos.

Portanto, é necessário considerar essas duas questões. Inclusive, a TBF pode interferir no reajuste dos aluguéis, dependendo do indexador utilizado no contrato de locação. Assim, se você investir em imóveis, ganha mais, mas se for o inquilino, paga mais.

Leia também: É melhor usar IGP-M, IPCA ou a negociação entre locador e locatário como índice de reajuste de aluguel?

Como a TBF afeta a rentabilidade de investimentos e aplicações?

A TBF afeta a rentabilidade de investimentos e aplicações por ser utilizada no cálculo da TR. Assim, todo produto financeiro corrigido pela Taxa Referencial sofre influência da Taxa Básica Financeira.

Esse é o caso dos títulos de capitalização, títulos públicos, poupança e contas do FGTS. No caso dos papéis do Tesouro Direto e da caderneta de poupança, a Selic também é levada em conta. Portanto, há impacto de vários fatores.

Qual a relação entre a TBF e as taxas de financiamento imobiliário?

A relação entre a TBF e as taxas de financiamento imobiliário é percebida na correção dos contratos. Toda negociação prevê a realização de reajustes anuais, conforme o indexador previamente definido. Em muitos casos, a TR é aplicada, o que faz a Taxa Básica Financeira interferir de maneira indireta.

Basicamente, a TR é aplicada sobre as prestações do financiamento imobiliário ou sobre a soma do valor anual do Custo Efetivo Total (CET). Dessa forma, há uma relação indireta entre a TBF e as taxas de financiamento imobiliário, mas essa influência existe e deve ser considerada.

Quais as estratégias para aproveitar cenários de variação na TBF?

As estratégias para aproveitar cenários de variação na TBF consistem em identificar a oscilação da TR e tomar uma decisão. Basicamente, a Taxa Referencial não impacta a poupança de forma relevante, mas diminui a rentabilidade do FGTS. Assim, o resultado acaba sendo ainda menor do que a inflação.

Para os financiamentos imobiliários, existe a tendência desses pontos serem favoráveis. Isso porque uma TR baixa ou igual a zero gera um reajuste menor nas prestações pagas.

Isso significa que a Taxa Básica Financeira está reduzida e influencia menos o seu financiamento. De toda forma, vale a pena lembrar que a situação pode mudar ao longo dos anos, já que essa é uma linha de crédito de longo prazo.

Por sua vez, o aumento da TBF é positivo para quem investe, inclusive em imóveis. Afinal, os contratos de locação podem ser reajustados por indexadores que sofrem impacto dessa taxa.

Qual a relação entre o setor imobiliário e a Taxa Básica Financeira?

A relação entre o setor imobiliário e a Taxa Básica Financeira é o fato desse indexador interferir nos financiamentos realizados pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Essa é a modalidade mais escolhida no Brasil, apesar das limitações existentes. 

O motivo do impacto é o fato desse modelo de parcelamento sofrer correções por juros fixos mais Taxa Referencial. Como a TR tem sua base de cálculo na TBF, há influência na correção das parcelas.

Qual o impacto da TBF nas parcelas de financiamento de imóveis?

O impacto da TBF nas parcelas de financiamento de imóveis é o aumento do valor pago mensalmente. Isso acontece porque a TR deixa de ser zerada e passa a impactar as prestações. Ou seja, o preço final da compra do bem é elevado.

Considerando a TR em 0,1786%, conforme divulgado em agosto de 2023, se a taxa de juros fixa do financiamento for de 10%, a alíquota passa a ser de 10,1786%. Portanto, você pode acabar pagando mais do que espera

Quais tendências econômicas podem influenciar a Taxa Básica?

As tendências econômicas que podem influenciar a Taxa Básica Financeira são o aumento da inflação e a alta da Selic. Esses índices estão vinculados, isto é, o crescimento do IPCA leva à elevação da taxa básica de juros.

Qual a importância de monitorar a TBF para a tomada de decisões financeiras?

A importância de monitorar a TBF para a tomada de decisões financeiras é saber o melhor momento de fazer um financiamento ou de investir. Assim, você potencializa a sua rentabilidade e consegue pagar menos no financiamento ao longo do tempo.

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