A instabilidade econômica causada pela pandemia também impactou o setor de imóveis. De acordo com dados levantados pelo Índice QuintoAndar de Aluguel, o preço do m² de São Paulo caiu 6,20% desde o início de 2020. Comparado a 2019, a queda é menor: – 6,08%. Os cariocas também foram impactados pela desvalorização. Segundo o indicador, o preço do m² no Rio de Janeiro caiu 3,27% em 2020. E no comparativo com 2019, essa queda é de 3,28%.
Índice QuintoAndar de Aluguel: veja aqui todo o estudo
“A pandemia foi a principal responsável pela queda no preço do aluguel, mas no Rio de Janeiro, por exemplo, observamos que o preço do m² vem caindo desde julho de 2019. Em São Paulo foi o contrário, antes do isolamento social, o valor do aluguel aumentou”, explica Fernando Paiva, gerente sênior de data analytics do QuintoAndar.
Valores médios do preço do m²
O indicador registrou também desvalorização dos imóveis menores, de um dormitório. Na Capital Paulista, o mês de outubro se encerra com o valor médio do m² de R$35,46/m². Já o Rio de Janeiro fechou outubro com esse valor em R$ 29,16.
O Índice QuintoAndar também aponta as regiões mais valorizadas nas duas cidades. Veja quais são em São Paulo, em R$ por m²:
Outro ponto que chama atenção no indicador é a valorização de bairros mais afastados dos centros comerciais da cidade. Veja abaixo quais foram os bairros que mais se valorizaram durante a pandemia:
No Rio de Janeiro, os bairros mais valorizados, em R$ por m² são:
Além disso, os bairros mais afastados e que possuem mais casas em vez de apartamentos ganharam força durante a pandemia. Veja quais são eles:
Descolamento entre imóveis anunciados e contratos fechados
Outro dado importante que o indicador aponta é que, durante a pandemia, também houve um forte descolamento entre o preço dos anúncios dos imóveis com o valor que efetivamente é usado no fechamento do contrato de aluguel.
Em São Paulo, a diferença entre os preços de contrato e anúncio chegou a uma máxima de -10,8% em outubro de 2020. No Rio de Janeiro, a diferença máxima ocorreu em setembro, chegando a -13,5%.
“Um dos fatores para esse descolamento é a diferença maior entre a expectativa de valor por parte dos proprietários e a possibilidade e disponibilidade de pagamento dos inquilinos no período de crise”, diz Fernando. “A gente só consegue medir essa diferença porque acompanhamos toda a jornada do aluguel, desde o anúncio até o contrato. Sem isso, e a escala que temos, fica impossível fazer essa distinção e traçar uma fotografia mais fiel dos preços de mercado”, completou o gerente sênior de data analytics do QuintoAndar.