Dicas para pedalar por Raphaela Flores

A ciclista compartilha projetos e lugares para quem quer curtir a cidade de bicicleta


Local para você conhecer

O lugar citado desta seleção para você conhecer melhor por aqui

Ver no mapa
Local

Quiosque do Kiko

Av. Edgar Pires de Castro, 8.475 - Hípica
Porto Alegre

“Andar de bicicleta em espaços urbanos é viver a cidade."

Morro da Apamecor, Morro do Osso e Morro Santana: boas opções para quem tem mountain bike

Última atualização em 22 de maio de 2023
Aparece em
Equilíbrio
Vista Livre
Natureza
Aproveite e compartilhe com quem você gosta

Andar de bicicleta oferece inúmeros benefícios. No plano individual, melhora o condicionamento físico, reduz o estresse e os gastos com deslocamentos. Coletivamente, contribui para reduzir a poluição e as emissões de gás garbônico, e humanizar os centros urbanos, ao priorizar as pessoas em vez dos carros.

Porto Alegre tem uma cena vasta para os ciclistas, com diversas iniciativas sendo desenvolvidas e muita gente pedalando para treino, lazer ou ativismo”, observa a jornalista e ciclista Raphaela Flores, ponderando que a cidade carece de mais ciclovias e políticas públicas que incentivem o uso das bikes como meio de transporte.

Embora andasse de bicicleta desde a infância na Zona Sul, Raphaela voltou a pedalar com maior frequência durante a pandemia, como forma de se exercitar individualmente ao ar livre. “Além de ser um exercício físico maravilhoso, andar de bicicleta é ótimo para a saúde mental. Pedalando, me desligo das telas e alivio minha ansiedade. A bike permite momentos de introspecção quando pedalo sozinha e me apresenta novos amigos nas pedaladas coletivas”, destaca a jornalista.

Andar de bicicleta em espaços urbanos é viver a cidade, sair de um carro fechado com ar-condicionado e sentir a temperatura, como está o vento, parar para conversar com as pessoas”, completa.

A Orla do Guaíba é o passeio mais clássico para quem ainda não está acostumado com distâncias maiores. Para quem deseja se aventurar um pouquinho mais e contemplar a natureza, a Zona Sul é sempre um convite”, sugere Raphaela, que já pedalou do bairro Santana até os bairros Belém Novo e Lami, e até Itapuã, em Viamão. Para quem anda de mountain bike, ela sugere o Morro da Apamecor, o Morro do Osso e o Morro Santana.

A ciclista destaca a importância do sono, da hidratação e da alimentação – “o combustível do ciclista” – para se sentir bem ao andar de bicicleta. Antes de encarar percursos mais longos, é fundamental consultar um médico e buscar aconselhamento com ciclistas mais experientes. Raphaela também ressalta a importância do uso do capacete, de conhecer as leis de trânsito e ter noções de direção defensiva para evitar acidentes. 

Com a devida atenção a essas recomendações, é só subir na bike para curtir ruas, paisagens, encontros e o vento no rosto que convida a seguir explorando a cidade sobre duas rodas. “Andar de bicicleta é criar histórias. Sempre que a gente sai para pedalar, a gente volta diferente”, afirma Raphaela.

Point para recarregar energias

Para recarregar as energias durante ou depois de uma longa pedalada, Raphaela indica o Quiosque do Kiko. Ali, pode-se tomar um suco ou um isotônico, comer uma paçoquinha ou um amendoim. E é o lugar onde o pessoal que faz roteiros de bike de madrugada costuma parar de manhãzinha. “É também um point de encontro”. Fora o quiosque, Porto Alegre tem muitos projetos ligados ao cicloativismo que Raphaela indica para quem é do pedal.

O projeto Bike Anjo Porto Alegre surgiu em 2013, integrando uma rede nacional dedicada a promover a transformação social por meio da bicicleta. A iniciativa desenvolve ações para que as pessoas incorporem a bicicleta no cotidiano, como a Escola Bike Anjo, atividade gratuita realizada todo último domingo do mês por voluntários que ensinam os participantes a pedalar ou se reconectar com suas bikes. Outro projeto do Bike Anjo é o Pedala ou Repassa, que arrecada bicicletas e peças para reforma, destinando-as para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Interessados nas atividades devem entrar em contato com o Bike Anjo pelo ou se cadastrar na plataforma bikeanjo.org.br.

O Pedal Afirmativo tem uma proposta mais engajada: integra a plataforma Afirme, que desde 2016 promove o orgulho e o empoderamento de pessoas LGBTQIAP+. Também tem como propósito incentivar o uso da bicicleta, discutir a mobilidade urbana e pautas de diversidade. Reunindo em média 150 pessoas por encontro, as pedaladas iniciam em diferentes praças da cidade e terminam em estabelecimentos liderados por pessoas LGBTQIAP+, pretas ou mulheres. Os encontros coletivos ocorrem geralmente a cada dois meses e são divulgados no da Afirme. Não é necessário se identificar como LGBTQIAP+ para participar: basta partilhar da causa.

Outra iniciativa que Raphaela acha tri legal é o Pedala Black. A iniciativa une ciclistas de Porto Alegre e região metropolitana com o objetivo de incentivar mais pessoas pretas a pedalar, se exercitar, fazer amigos e trocar informações sobre o universo das bikes. O Pedala Black destaca a importância desse estímulo, tendo em vista o racismo estrutural que distancia muitas pessoas negras das bicicletas, especialmente por falta de condições financeiras para adquirir uma bike e equipamentos de segurança. Para participar das pedaladas, os interessados devem entrar em contato pelo e acompanhar a divulgação dos encontros no perfil.

Já o Amsterpoa realiza percursos coletivos para incentivar as pessoas a pedalar – seja nos deslocamentos diários, como atividade física ou lazer – e explorar as ruas da cidade. O nome desse grupo que surgiu em 2021 faz alusão a Amsterdã, cidade referência no uso de bicicletas. Se você quiser se juntar aos bikers, acompanhe a turma pelo Instagram do projeto, porque não há uma periodicidade fixa.

Créditos de imagem - Destaque: Instagram_Amsterpoa | Retrato e feed: Arquivo Pessoal