Porto Alegre ontem e hoje

Resgate histórico de diversos pontos e prédios importantes da cidade fazem parte do trabalho do fotógrafo Ricardo Muller


As belezas e curiosidades da cidade podem ser conhecidas no Instagram de Ricardo

Publicado em 05 de junho de 2023
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Você sabia que a Praça Brigadeiro Sampaio foi o primeiro cemitério de Porto Alegre? E que por aqui no século 20 tivemos o maior número de cinemas do Brasil, com mais de 130 salas espalhadas pela cidade? Pois o fotógrafo Ricardo Muller vem compartilhando há três anos diversas curiosidades sobre a capital dos gaúchos em seu perfil no Instagram. 

Formado em engenharia civil, trabalhou na área por 15 anos, até se aventurar por um período na Europa, onde morou na Alemanha e migrou para a fotografia. Ao retornar ao Brasil, começou a desenvolver projetos na área esportiva, de eventos e imobiliária. Mas a relação com Porto Alegre só realmente aconteceu após uma viagem para Praga, na República Tcheca, onde conheceu um fotógrafo local que vendia seu trabalho na rua.

“Ele me perguntou se eu também fotografava minha cidade, e eu respondi que ela não era tão bonita quanto a dele, que me disse: 'fotografe com paixão, explore ângulos diferentes, luzes diferentes. Todas as cidades têm sua beleza, encontre-as. Nenhum fotógrafo do mundo consegue fotografar melhor uma cidade que um local'.” Só em 2020, por conta da pandemia e da impossibilidade de trabalhar, que Ricardo resgatou a missão de mostrar a beleza que está bem ao lado das pessoas e que elas não veem.

Há beleza em toda parte

Ele afirma que a vantagem de ser fotógrafo local é que pode observar e explorar a melhor luz, os melhores cenários, as melhores épocas do ano para fotografar. “Isso eu não consigo em nenhuma outra cidade, e nenhum fotografo que está aqui só de passagem jamais vai conseguir também”.

Por conta dos cliques de diversos pontos da cidade, Ricardo começou a pesquisar sobre as histórias dos locais que registrava. “Sou curioso, gosto de conhecer a história de tudo”, declara. Começou, então, a postar no Instagram imagens de antes e depois de pontos conhecidos de Porto Alegre, e descobriu que o público se interessava. “Percebi que a maioria das pessoas não sabe de quase nada. Então, resolvi compartilhar o que aprendi e ainda vou aprendendo e, ao mesmo tempo, vou mostrando a minha fotografia”.

Ele afirma que normalmente escolhe locais que possuem imagens antigas e que há bastante mudanças. Editados em formato reels, o desafio dos conteúdos, para Muller, é resumir a vasta quantidade de informações para caber em um curto tempo. “A região que mais apresenta mudanças e surpresas sem dúvida é o Centro Histórico, por ser a parte mais antiga da cidade, além dos parques e praças”, conta. 

Para Ricardo, o que não existe mais em Porto Alegre e que poderia voltar é a vontade de fazer grandes obras com legado, como exemplifica comparando os viadutos da Borges e o mais recente, entre a Rua Anita Garibaldi e a Avenida Carlos Gomes. “Os dois têm a mesma função, porém um foi pensado para além de sua utilidade, agregando beleza à paisagem”. Hoje, acredita que a cidade deve manter a preocupação em conservar o patrimônio e a memória.

Para quem quer curtir a cidade e viajar no tempo, o fotógrafo indica três locais: a Praça da Matriz, a Rua da Ladeira e a Praça da Alfândega. "São lugares bonitos e agradáveis, que concentram e preservam muito da história de Porto Alegre". Para aproveitar melhor esse roteiro, ele sugere começar aprendendo um pouco sobre esses espaços pelas redes sociais e só depois conferir de perto”.

Créditos de imagem: Instagram_Ricardo Muller Foto