Experiências
Bares em que o cardápio tem ótimas opções para comer enquanto você bebe e joga conversa fora com os amigos
Todos os lugares dessa seleção para você conhecer melhor por aqui
Porto Alegre tem churrasco, chimarrão, pôr do sol, a estátua do Laçador e... comida de boteco. Sim, a comida de boteco é tão querida que já virou quase uma instituição, como os demais elementos simbólicos que identificam quem vive por aqui. Quem pensa que a vida botequeira não combina com a gauchada errou feio. Basta uma recorrida por alguns bares para perceber que a cidade abraça os botecos e suas comidinhas, faça frio ou calor.
Quem está atento a esse jeito de ser do porto-alegrense é João Alberto de Melo, presidente da regional gaúcha da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Para ele, Porto Alegre não renega a paixão nacional pela comida de boteco, já que a cidade tem vida noturna bastante agitada, com tradição boêmia consistente. Ele afirma, no entanto, que vem observando uma mudança cultural ao longo dos últimos anos, que reforça o amor crescente do porto-alegrense pela comida dos bares. “Cada vez mais as pessoas têm trocado as refeições mais longas e completas por petiscos rápidos e fáceis de comer na companhia de amigos, no final do dia, acompanhados de cerveja ou vinho. Muita gente gosta de comer de pé no balcão mesmo, para não perder a informalidade”, revela. O período pós-pandemia, segundo Melo, vem acirrando ainda mais essa tendência, talvez como forma de compensar o período difícil de isolamento que todos enfrentaram.
No próprio restaurante Gambrinus, tradicional por servir refeições há mais de um século, a comida rápida, para petiscar de forma compartilhada com amigos, conquista cada vez mais gente. As receitas são as mais variadas, mas a comida mais querida dos botecos, na opinião de Melo, é aquela que vem de herança familiar, que surge a partir de sabores conhecidos do público. “O pastel, por exemplo, é um clássico imbatível. Muita gente vai atrás do melhor pastel porque esse petisco tem a cara de uma reunião com amigos”, completa.
Dizer aqui que selecionamos os botecos com as melhores e mais representativas receitas da cidade seria simplesmente mentira. Comida de boteco tem um componente afetivo difícil de mensurar – por isso cada um tem um sabor no coração. Cada iguaria possui gosto de diferentes momentos no paladar. Feita a ressalva, escolhemos alguns clássicos da botecaria porto-alegrense, misturamos com algumas novidades e apresentamos essa proposta.
O Bar do Beto, um dos mais tradicionais, foi inaugurado em 1955. Seu filé à parmegiana e o filé a xadrez são famosos. No Boteco do Joaquim, outro clássico da cidade, as tábuas são o grande sucesso. A de queijo, salame, ovo de codorna, azeitona e cebolinha em conserva, coração de galinha grelhado, calabresa salteada e a copa merece destaque.
A Virgem, boteco que tem obras de arte, faz um escondidinho diferente – usa-se mandioquinha em vez do aipim – com recheios especiais: filé-mignon, cogumelos e cebola em um; e camarão puxado no dendê com pimentões e leite de coco em outro.
O bauru é a grande atração do Garden Zona Sul. Preparado com bife de filé, alface fresca, tomate, ovo e opcionais – como fatia de queijo muçarela e cebola dourada –, ele vem acompanhado de uma deliciosa maionese.
Cervejaria Horst & Biermann oferece pizzas com massa feita com malte da cerveja e recheios preparados na própria cozinha, como os defumados e o manjericão, colhido no jardim da casa.
Vale conhecer cada um desses botecos e suas delícias!
Créditos de imagem: Instagram_Garden Zona Sul