Experiências
A tradição desse gênero musical em Porto Alegre é antiga e atualmente ele se fortaleceu com surgimento de novas salas de concerto
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Questionado certa vez, no exterior, a respeito de Porto Alegre, o escritor gaúcho Erico Verissimo deu uma resposta que se tornou orgulho local: “Eu venho de uma cidade que tem uma orquestra sinfônica”. O autor do clássico épico O Tempo e o Vento referia-se à Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), uma das mais antigas formações do gênero em atividade ininterrupta no País, fundada em 1950.
A tradição de música erudita em Porto Alegre, no entanto, é bem anterior à formação de sua orquestra e deve muito à sua localização geográfica. Situada no meio do caminho entre os grandes centros brasileiros Rio de Janeiro e São Paulo e as capitais platinas Buenos Aires e Montevidéu, a cidade entrou naturalmente no roteiro das turnês internacionais de orquestras, companhias de ópera e balé e cantores líricos a partir da primeira metade do século 19. Grandes nomes da música clássica internacional se apresentaram em Porto Alegre, especialmente no Theatro São Pedro, contribuindo não apenas para a formação de um público cativo dessa arte, mas também para o estímulo e o aprimoramento de talentos musicais locais.
Depois de amargar períodos de retração na agenda de atrações, precarização ou mesmo encerramento de grupos e espaços, a música erudita em Porto Alegre está vivendo novo ímpeto nos últimos anos com a inauguração da Casa da OSPA em 2018, a abertura de novas salas de concerto, o surgimento de formações eruditas – inclusive orquestras – e até a volta das montagens de ópera. E o principal de tudo: as plateias estão sempre lotadas para escutar a grande música.
Créditos de imagem - Destaque: Ricardo Filippon | Feed: Site_Casa da Música POA & Eduardo Seidl