Existem diversas formas de medir a situação financeira de um país. O Brasil, por exemplo, conta com uma série de indicadores econômicos que, quando bem analisados, ajudam a avaliar o desempenho das atividades econômicas, as taxas de juros e até mesmo o poder de compra da população. Entre eles, está o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Mas afinal, o que é IGPM?
Muito utilizado no mercado imobiliário para orientar reajustes em contratos de aluguel, esse índice também avalia as tarifas de serviços, produção e outras transações financeiras em todo o território nacional.
Nesse sentido, entender o que significa o índice, quais são suas principais funções e os cálculos envolvidos podem auxiliar proprietários, inquilinos e até mesmo investidores a tomar as melhores decisões em acordos imobiliários.
Se interessou pelo assunto? Então continue a leitura deste artigo para entender o impacto do IGP-M no dia a dia das contas do seu lar.
Navegue pelo conteúdo:
- O que é IGP-M e para que serve?
- Como o IGP-M é calculado?
- O que é o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)
- O que é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
- O que é o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC)
- Como o IGP-M funciona?
- Como o IGP-M impacta no aluguel?
- Qual a diferença entre IGP-M e IPCA?
- Qual é o impacto do IGP-M no aluguel?
- Valor do IGP-M hoje
- Valor do IGP-M em 2024: acumulado de 12 meses
- Variação dos indexadores econômicos nos últimos 12 meses
- No QuintoAndar, o reajuste do aluguel é descomplicado
Leia também: Prazo para informar reajuste de aluguel: como fazer e quando o inquilino deve ser avisado?
O que é IGP-M e para que serve?
Em primeiro lugar, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) é um indicador econômico que mede a variação de preço de diversos produtos e serviços no Brasil, como bens e serviços, educação, poder de compra da população, gastos relacionados à construção civil e reajustes de aluguéis no mercado imobiliário. Justamente por isso, o IGP-M costuma ser chamado de ‘índice da inflação do aluguel’.
Criado no final da década de 1940 e divulgado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), entender como funciona o IGP-M é fundamental para quem precisa lidar com contratos de aluguel, tarifas de serviços públicos e até mesmo outras negociações financeiras no país.
Afinal, além de fornecer dados importantes sobre as variações de preços das atividades econômicas avaliadas, essa também é uma forma de se preparar melhor para as variações econômicas que afetam contratos e investimentos no mercado imobiliário.
Como o IGP-M é calculado?
De modo geral, o IGP-M é calculado a partir dos valores de três outros índices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice de Custo de Construção (INCC).
Cada um desses índices tem um peso diferente no cálculo final do IGP-M. São eles:
- Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA): representa 60% do IGP-M e mede a variação de preços no atacado (verificar);
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC): representa 30% do IGP-M e reflete a variação de preços ao consumidor final (verificar);
- Índice Nacional de Custo da Construção (INCC): representa 10% do IGP-M e mede a variação dos custos da construção civil.
Leia mais: Calcule seu reajuste de aluguel com base no IGP-M de abril de 2024
O que é o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) é um indicador também calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) que mede a variação do preço de produtos vendidos no atacado. Dessa forma, criado em 1946, o nome original do medidor era ‘Índice de Preços por Atacado’. Todavia, o termo final foi alterado em 2010 – trocando a palavra “atacado” por “amplo”.
Embora o nome tenha passado por ajustes, o objetivo do IPA permaneceu o mesmo: registrar a variação de preço de produtos agrícolas, industriais e brutos da seguinte maneira:
- IPA-Produtos Agrícolas: reflete a variação de preços de produtos agrícolas;
- IPA-Produtos Industriais: reflete a variação de preços de produtos industriais;
- IPA-Produtos Brutos: reflete a variação de preços de matérias-primas e produtos não processados.
Assim sendo, os registros do IPA representam 60% do valor total do IGP-M.
O que é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
Em seguida, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) também é um indicador medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Porém, aqui o objetivo é outro: medir a variação de preço dos produtos ao consumidor final – o que reflete diretamente em uma avaliação do poder de compra do consumidor.
Representando 30% do IGP-M, o IPC abrange atividades que estão incluídas na rotina de famílias com renda média mensal de 1 a 33 salários mínimos em todo o país. Assim, avalia setores como:
- Alimentação: preços de alimentos e bebidas;
- Habitação: custos relacionados à moradia, como aluguel e tarifas de serviços públicos;
- Vestuário: preços de roupas e calçados;
- Transporte: custos com transporte público e particular;
- Saúde e cuidados pessoais: preços de produtos e serviços de saúde;
- Educação: custos com educação, como mensalidades, por exemplo, e cultura;
- Comunicação: tarifas de serviços relacionados.
Assim, o IPC avalia diariamente os custos com os itens listados acima em sete capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre.
O que é o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC)
Por fim, mas não menos importante, o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) foi criado nos anos de 1950 para medir a variação de atividades relacionadas à construção civil, como custos com mão de obra, materiais e serviços, por exemplo.
Medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o INCC representa 10% do cálculo do IGP-M e também é medido em sete capitais brasileiras. Ou seja, assim como o IPC, o INCC é avaliado em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre.
De modo geral, o Índice Nacional de Custos da Construção avalia:
- Custos com materiais e equipamentos;
- Custos dos serviços utilizados durante a construção;
- Custos relacionados à mão de obra na construção civil.
Saiba mais: Tabela IGP-M: confira dados atuais e históricos do índice
Como o IGP-M funciona?
Agora que você já entendeu o que é IGP-M, vamos a outra informação importante.
Calculado mensalmente com base na coleta de dados dos três índices que o compõem (IPA, IPC e INCC), o IGP-M reflete a variação dos preços em relação ao mês anterior e ao mesmo mês do ano anterior para avaliar a inflação do país e a flutuação dos valores relacionados às atividades avaliadas.
Em outras palavras, além de proporcionar uma análise macro da economia brasileira, o IGP-M também permite analisar com mais profundidade atividades importantes para a rotina da população do país, como é o caso do cálculo do reajuste do aluguel – que acontece anualmente e impacta diretamente nas despesas dos inquilinos.
Como o IGP-M impacta no aluguel?
O IGP-M é tradicionalmente utilizado como base para o cálculo do reajuste de aluguel em todo o país. Justamente por isso, o índice também é conhecido como a “inflação do aluguel”.
Isso acontece porque a maioria dos contratos de aluguel residencial e comercial no Brasil utilizam o Índice Geral de Preços – Mercado como referência para os reajustes que acontecem anualmente.
Além de ajustar os custos para os inquilinos e proteger o poder de compra dos proprietários, o reajuste também garante que o valor do aluguel acompanhe as variações de preço do mercado. Afinal, o IGP-M está relacionado à variação de diversas atividades, e os contratos de aluguel é uma delas.
Qual a diferença entre IGP-M e IPCA?
Enquanto o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) reflete a variação de preços nos contratos de aluguel, tarifas de água e energia, valores de atacado e até mesmo atividades relacionadas à construção civil, o Índice de Preços ao Consumidor Final Amplo (IPCA) é o índice oficial para medir a inflação no país e a alteração de preços ao consumidor final.
Embora sejam os principais medidores econômicos utilizados no Brasil para avaliar o custo de vida, a principal diferença entre eles é que o IGP-M também faz uma análise da variação de preços durante a fase de produção.
Outra diferença é que o IGP-M é avaliado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Já o IPCA, por outro lado, é medido pelo IBGE.
Qual é o impacto do IGP-M no aluguel?
Ao final de cada ano, é comum que a maioria dos contratos de aluguel firmados no Brasil sejam reajustados com base na variação acumulada do IGP-M. Assim, isso garante que o valor do aluguel reflita a realidade da inflação e de outras variações de preços no mercado.
Para os inquilinos, isso pode significar aumentos significativos no valor do aluguel. Enquanto isso, para proprietários, o reajuste garante que o valor recebido esteja de acordo com a realidade econômica.
Por exemplo, se você paga R$ 1.500 de aluguel todos os meses o seu contrato vence em junho de 2024, basta calcular o acumulado do IGP-M em 12 meses até maio de 2024.
Assim, com base no acumulado de 0,34% referente à data, a conta seria:
R$ 1.500 (valor do aluguel) x 1,0034 (acumulado do IGP-M em 12 meses) = R$ 1.505,10. Ou seja, o novo valor do aluguel será de R$ 1.505,10.
Valor do IGP-M hoje
O valor do IGP-M é divulgado mensalmente pela FGV. Em abril de 2024, a variação do Índice Geral de Preços foi de 0.31%, refletindo um acumulado de -3.04% em 12 meses.
Valor do IGP-M em 2024: acumulado de 12 meses
Saiba mais: Índices de reajuste de aluguel: é melhor usar IGP-M, IPCA ou a negociação entre locador e locatário?
Variação dos indexadores econômicos nos últimos 12 meses
IGP-M | IPCA | IPA-M | IPC-M | INCC-M | |
---|---|---|---|---|---|
OUT/23 | 0.50% | 0.24% | 0.60% | 0.27% | 0.20% |
NOV/23 | 0.59% | 0.28% | 0.71% | 0.42% | 0.10% |
DEZ/23 | 0.74% | 0.56% | 0.97% | 0.14% | 0.26% |
JAN/24 | 0.07% | 0.42% | -0.09% | 0.59% | 0.23% |
FEV/24 | -0.52% | 0.83% | -0.90% | 0.53% | 0.20% |
MAR/24 | -0.47% | 0.16% | -0.77% | 0.29% | 0.24% |
ABR/24 | 0.31% | 0.38% | 0.29% | 0.32% | 0.41% |
MAI/24 | 0.89% | 0.46% | 1.06% | 0.44% | 0.59% |
JUN/24 | 0.81% | 0.21% | 0.89% | 0.46% | 0.93% |
JUL/24 | 0.61% | 0.38% | 0.68% | 0.30% | 0.69% |
AGO/24 | 0.29% | -0.02% | 0.29% | 0.09% | 0.64% |
SET/24 | 0.62% | – | 0.70% | 0.33% | 0.61% |
No QuintoAndar, o reajuste do aluguel é descomplicado
O QuintoAndar adotou o IPCA como o índice oficial para a correção dos valores do aluguel em todos os contratos firmados pela plataforma a partir do dia 26/11/2020. A medida surgiu para evitar as flutuações significativas que costumam ocorrer com os resultados do IGP-M.
Além de ser mais estável tanto para inquilinos quanto para proprietários, o IPCA também permite que os valores contratuais estejam mais próximos da realidade financeira de ambas as partes. Quando a decisão foi tomada, o acumulado do IGP-M em 12 meses foi de 17,9% em setembro de 2020 e de 20,9% em outubro. Nos mesmos períodos, o IPCA registrou altas de 3,1% e 3,9%, respectivamente.
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