Como fazer a regularização de imóveis para vender?

Estar com um imóvel irregular pode gerar diversos problemas, desde multas até dificuldades na hora da negociação de venda. Essa condição é mais comum do que se imagina, e demanda atenção do proprietário aos trâmites legais.

Por Redação - 08/08/2024 às 23:24
Atualizado: 27/03/2025 às 18:27
Casal aperta a mão de um homem de terno.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, por volta de 50% dos imóveis brasileiros possuem alguma irregularidade, o que significa prejuízos para o dono, para o governo e também para a sociedade. São menos impostos recolhidos, surgimento de ocupações irregulares e até especulação imobiliária. Sem contar que um imóvel nesta situação perde muito do seu valor e não pode ser negociado de forma segura. Assim fica clara a importância da regularização de imóveis.

Muitos brasileiros sonham em ter a casa própria e não ter que lidar mais com burocracias como aluguel ou contratos com locatários. No entanto, ser dono do próprio imóvel não significa ficar isento de algumas obrigações. Se este é o seu caso, para sua segurança jurídica, preparamos um artigo com um guia sobre como a regularização do seu imóvel pode ser feita. 

Confira o que você vai ler por aqui:

O que significa regularização de imóveis?

A regularização de imóveis é um processo pelo qual o imóvel se torna totalmente legal perante a lei. Assim o dono é reconhecido como legítimo proprietário. 

Isso facilita no momento em que a propriedade precisa ser vendida, já que é mais fácil encontrar interessados e há uma maior valorização do bem. 

O comprador sempre deve verificar se o imóvel de seu interesse está totalmente regular. Além de ter mais segurança durante a transação, esse costuma ser um pré-requisito exigido pelos bancos para liberar um financiamento.

Outras vantagens incluem a possibilidade de exigir dos órgãos públicos melhorias no local da propriedade e facilidade no momento de doar o bem ou transmiti-lo para herdeiros.

Uma das irregularidades mais comuns no Brasil é a transmissão do bem apenas com a assinatura de um contrato de compra e venda. Mas, embora esse documento represente um acordo entre as partes, não há uma transferência oficial sem uma escritura pública e o registro em cartório.

O advogado e professor de Direito Civil da Faculdade de Direito Milton Campos, Daniel Henrique Rennó Kisteumacher, explica que, em sistemas jurídicos que seguem o Código da França ou Código da Itália, por exemplo, a assinatura de um contrato de compra e venda é suficiente para a transferência da propriedade de um bem imóvel, tornando o comprador como o real proprietário. 

No entanto, ele ressalta que o direito brasileiro conta com uma regra diferente: “A mera assinatura de um contrato de compra e venda não transmite, por si só, a propriedade, sendo necessária a formalização de uma escritura pública e o seu registro em cartório. (art. 1.227 do Código Civil). Registro que, por óbvio, só será deferido e realizado se todas as exigências legais estiverem satisfeitas.”

Como saber se um imóvel é regular?

A forma menos burocrática de se descobrir se um imóvel é regular, é contratar um escritório ou advogado especialista em direito imobiliário para verificar a situação.

Esse profissional fará o levantamento de toda a documentação do local para identificar possíveis pendências.

Entretanto, não é obrigatório contratar um profissional. Caso deseje, você pode fazer a verificação por conta própria. Para isso, será necessário recorrer ao cartório e solicitar as certidão de ônus e matrícula. 

Esses documentos fornecerão diversas informações sobre o imóvel, como: metragem, localização, dados do proprietário e situações que podem impedir a negociação — como ações judiciais ativas.

Depois, é hora de buscar as demais certidões junto à prefeitura para obter informações sobre o valor do bem, cálculo do IPTU, pendências referentes a alvarás e autorizações e se houve problemas nos pagamentos de qualquer taxa exigida pelo município.

Além de analisar os documentos, é preciso ter algum conhecimento jurídico para entender se as informações descritas são regulares ou não.

Foto de Daniel Henrique Rennó Kisteumacher.

Daniel Henrique Rennó Kisteumacher

Advogado e professor de Direito Civil.

“A regularização de um imóvel sempre dependerá de uma análise meticulosa do caso por um profissional especializado, a fim de descobrir qual a irregularidade existente, mas que sem dúvida alguma vale a pena ser feita, eis que imóvel regularizado é sinônimo de segurança, valorização e, acima de tudo, tranquilidade futura”.

 

Quais os tipos de regularização de imóveis?

Os tipos de regularização de imóveis vão variar de acordo com a irregularidade encontrada. Assim, podem ser referentes à dívidas, contratos de gavetas e outros.

Daniel Henrique Rennó Kisteumacher elenca outras situações que também são passíveis de regularização: “Irregularidades que vão desde loteamentos sem registro, ausência de projeto arquitetônico, falta do alvará ou habite-se, até mesmo pendências jurídicas como um inventário não finalizado, penhora em razão de dívidas ou inexistência da escritura e seu respectivo registro em cartório.”

Quem pode fazer a regularização de imóvel?

O profissional responsável por fazer a regularização de imóveis vai variar de acordo com o foco da solicitação:

  • Obras e benfeitorias: nesse caso, convém delegar a tarefa a um engenheiro, já que será necessário se adequar a algumas normas técnicas da construção civil;
  • Documentação imobiliária completa: aqui o mais indicado é o advogado, já que o processo de regularização de imóveis envolve diversos documentos e muitos trâmites legais envolvendo órgãos públicos.

Quando é necessário fazer a regularização imobiliária?

Como mencionamos, a regularização de imóveis deve obrigatoriamente ser efetuada antes da venda, pois assim o proprietário consegue interessados com mais facilidade, e o imóvel fica mais valorizado. 

Sobretudo, o negócio pode ocorrer com total segurança, sem o surgimento de situações delicadas, como a reivindicação da propriedade por terceiros.

Além da venda, é necessário que o bem esteja regularizado para qualquer trâmite que se deseje fazer com ele, como usá-lo como garantia — em caso de financiamentos — ou caso haja a intenção de doá-lo.

A regularização também é fundamental quando o proprietário quer ter mais tranquilidade e assegurar definitivamente sua posse do imóvel. Assim, ele evita problemas com possíveis fiscalizações e até mesmo o pagamento de multas.

Como fazer a regularização de um imóvel?

Para fazer a regularização de um imóvel e acabar com qualquer tipo de preocupação, basta seguir alguns passos.

1. Reúna os documentos

Qualquer processo burocrático exige que você esteja com todos os documentos necessários. Nesse caso não é diferente. Então, antes de iniciar o processo em si, certifique-se de que você tenha em mãos:

  • Documentação pessoal das pessoas envolvidas;
  • Certidões de casamento, nascimento ou óbito;
  • Topografia da área;
  • Escritura pública ou o famoso contrato de compra e venda;
  • Matrícula de imóvel;
  • Inscrição imobiliária e número de identificação fiscal. Esses dados podem ser encontrados no boleto do IPTU.

2. Dar entrada no cartório

Com a documentação em mãos você pode se dirigir ao cartório de registro de imóveis da sua cidade e dar início ao processo de regularização imobiliária.

Caso ainda não tenha uma escritura, apresente o contrato de compra e venda para iniciar o processo de aquisição desse documento tão importante, sem o qual a propriedade não é considerada legalmente sua.

Sem a escritura, qualquer trâmite posterior não terá validade. Além disso, ela é necessária para a abertura da matrícula do imóvel.

3. Solicite o alvará de regularização

Este documento pode ser solicitado quando você já tiver a matrícula do imóvel. O alvará de regularização atesta que está tudo certo com o processo de sua construção.

Entretanto, ele só é válido para imóveis já construídos. Caso a construção ainda esteja em andamento é preciso ir até a prefeitura da cidade e solicitar o Habite-se.

4. Emita as certidões negativas

As certidões negativas devem ser solicitadas junto à Receita Federal. Ele é importante para regularizar sua situação junto ao INSS e também para se certificar de que não há qualquer dívida em seu nome.

5. Averbação do imóvel

Esse último passo também é feito junto ao cartório da cidade em que o bem está localizado, onde você confirma a averbação de construção do imóvel

Assim, ele passa a ser seu de forma definitiva, para que você possa vendê-lo, por exemplo, sem que haja brechas para qualquer tipo de contestação legal.

Além disso, é importante salientar que os trâmites para a regularização podem variar de acordo com o tipo de pendência encontrada.

Quanto custa a regularização de um imóvel?

O valor da regularização de imóveis vai variar de acordo com cada caso. Afinal, em algumas situações o processo é mais simples e pode incluir, por exemplo, a atualização de um documento ou o pagamento de algum débito em atraso.

Em outros casos, como para a obtenção da escritura pública e do registro em cartório, o montante pode variar de 2% a 4% do valor total do imóvel.

Além disso, as taxas dos cartórios variam de estado para estado e também devem ser colocadas na conta.

Em resumo, um imóvel irregular pode trazer muita dor de cabeça, mas a regularização é possível e mais simples do que o imaginado. Então, antes de fazer qualquer procedimento com a propriedade, é importante verificar se toda a documentação está como a lei exige.

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